quinta-feira, 26 de março de 2009

Dislexia: Esse problema tem solução

Por: Andréa Oliveira e Juliana Moura

OBS: Esse texto demorou mas foi publicado no Jornal Laboratorio...


O começo da aprendizagem tem inicio na escola, onde serão transmitidos os ensinamentos de forma sistemática, mas alguns alunos não conseguem acompanhar o ritmo imposto, não prestam atenção, não lêem e são inquietos, em muitos casos são tachados de preguiçosos, desatentos. Ao contrário do que muitos ainda pensam, esse tipo de problema é uma doença e recebe o nome de Dislexia.Um distúrbio de aprendizagem que atinge crianças com dificuldades específicas de leitura e escrita, cujo diagnóstico é pouco conhecido no meio escolar. Ainda que tais crianças possuam inteligência normal, saúde e órgãos sensoriais perfeitos bem como o estado emocional considerado normal.


Percebendo que são rotuladas por não acompanharem os colegas, essas crianças ficam dispersas, retraídas, agitadas, frustradas e desinteressadas pela aprendizagem em decorrência desses fatores que acabam provocando notas baixas e afetam a sua auto estima.

O Histórico de vida do disléxico está associado a alguns fatores como: a doença é comprovadamente genética; nascimento de parto difícil; aquisição de doença infecta contagiosa acompanhada de convulsão; atraso na aquisição de linguagem; atraso para andar e a problemas de dominância lateral (uso retardado da mão esquerda ou direita). Pesquisas realizadas comprovam que entre 0,5% e 17% da população mundial é disléxica.

É necessário que pedagogos estejam atentos a essas crianças, pois quando se depararem com alunos com histórico de repetência, demorando a ler e escrever, tendo dificuldades em soletrar, associar símbolos em seqüência, nomear objeto, entender tabuada, dificuldade na coordenação motora, confusão entre esquerda e direita, dificuldade na memória, desatenção e dispersão, pode-se estar diante de um dislexo.
O importante neste momento não é tentar resolver o problema e sim detectar e encaminhar a profissionais que conheçam e convivam com esse tipo de distúrbio. Identificado os sintomas, é preciso procurar uma avaliação multidisciplinar, sendo composto por Psicólogos, Fonoaudiólogos, Psicopedagogo Clínico e em alguns casos Neurologistas, para uma investigação mais profunda. A criança começará um tratamento, precisando também de suporte e a ajuda dos pais e professores. É, portanto um trabalho em conjunto, onde o principal objetivo é criar estratégias para facilitar o desenvolvimento intelectual da criança disléxica, fazendo jogos e leituras compartilhadas, focando mais os acertos em sala de aula, mostrando que a criança é capaz, realizando atividades específicas para desenvolver a escrita e a memória. Para dar ajuda aos profissionais, aos pais e aos parentes, foram criados lugares de auxílio aos disléxicos como a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), Associação Nacional de Dislexia (AND) entre outras, que promovem curso de formação em dislexia direcionado para profissionais, palestras em escolas, faculdades, comunidades, clínicas, Simpósios e encontro entre os disléxicos.
Cabe a escola ser sensível com os casos de dislexia para que as crianças não sejam mais humilhadas, nem privadas de suas descobertas, levando as mesmas a descobrirem suas habilidades e caminhos para aprender. Se a doença não for detectada quando criança o problema irá persistir, prejudicando aspectos afetivos emocionais quando adulto, trazendo como conseqüência a depressão, ansiedade, baixa auto estima, e em alguns casos o uso de drogas e álcool.
E todos juntos poderão contribuir para o tratamento como foi mencionado anteriormente, de forma bem simples, não chamando a criança disléxica de preguiçosa ou desleixada, não compará-la com outras crianças que estão mais adiantadas, não obrigá-la a ler em voz alta. Devendo, portanto incentivá-la, valorizando suas pequenas mais significativas descobertas, permitindo que ela fale sobre suas dificuldades, e possibilitando a ela perceber que pode realizar muitas tarefas com sucesso.

A dislexia não tem cura, mas pode ser tratada, fazendo com que a pessoa possa levar uma vida normal.

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